Com o CAzão desocupado desde 2012 e obras prometidas desde 2020, estudantes passam a reorganizar a ocupação desse espaço de integração e permanência estudantil. O processo requer organização dos demais Centros Acadêmicos (para mobilização e ação conjunta das vozes dos estudantes da Unifesp Guarulhos) a fim de pressionar o início das obras de revitalização.
As obras do CAzão têm a finalidade de implementar saídas de emergência ao piso semienterrado e foram aprovadas em reunião de 2020, sob emenda parlamentar com o empenho de 3 milhões de reais. A reforma é estipulada para durar de 3 a 12 meses.
O histórico de obras atrasadas e incompletas dentro da Unifesp consterna envolvidos com a campanha de revitalização do espaço: “O histórico de obras na Unifesp não é promissor; apenas os campi São Paulo e Guarulhos estão completos”, diz Arthur Nascimento, estudante de História, ao Jornamenta.
Para os estudantes, o CAzão não é apenas um local no qual estão as sedes dos Centros Acadêmicos da universidade; é considerado um espaço de integração, socialização e, até, de permanência estudantil: “o CAzão é como uma casa para os alunos… uma casa que tiraram da gente, a qual queremos de volta”, constata Beatriz Tenório, estudante de Letras.
Para Fábio Vasconcelos (Filosofia), a atual intenção de ocupação do CAzão deve ser feita através da mobilização dos estudantes: “Se não for o estudante, quem vai correr atrás do CAzão?”. Segundo Nascimento, um debate profundo de reestruturação dos atuais Centros Acadêmicos é imprescindível para a cobrança das obras e organização dos estudantes. “Fortalecer esses espaços e gestões para fazer pressão”, completa.
Durante os anos de isolamento social, não houve nenhuma movimentação efetiva para a iniciação das obras por parte da instituição; além disso, nenhuma ação foi tomada pela atual gestão do DCE (Diretório Central dos Estudantes) em defesa deste espaço.
Em 2022, com o retorno das aulas presenciais, estudantes começaram a ter um contato com o ambiente do CAzão que partiu pela curiosidade. “Cadeira jogada, tudo cheio de pó, muito sujo. A gente encontrou o pessoal de [ciências] sociais e limpamos juntos”, relata Thiago Lucena, Filosofia.
Após a reocupação do espaço pelos estudantes, a Unifesp, em maio, solicitou a desocupação, pois o local se tornaria canteiro de obras. Desde a solicitação, o CAzão permanece intocado.
Da curiosidade à limpeza e reorganização, o CAzão em seus primeiros momentos de reocupação revela seu potencial de organização cultural e política dentro da universidade. Para Rebeca Neves (Ciências Sociais), o CAzão mostra aos alunos que a Unifesp não é um espaço de passagem, mas sim de vivência. Lá surgiu sua intenção em ajudar a reconstruir o Centro Acadêmico do seu curso.
Publicado no Volume 2, dia 12/07/2022.
Escrito por Artur Santos (Ciências Sociais) e W. F. Soares (Pedagogia).
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