Essencial para alunos e pesquisadores de todas as áreas, logo ali no terceiro andar, está um lugar que todos no campus deveriam conhecer: O Centro de Memória e Pesquisa Histórica da UNIFESP (CMPH): um local no qual a memória é mantida viva e acessível para todos que quiserem pesquisar nos seus acervos, conhecer mais sobre o funcionamento de uma Instituição de Custódia (assemelha-se a um arquivo) e sua organização, ou apenas têm curiosidade em ver todos aqueles livros (alguns com veneno, acredite se quiser), jornais e documentos antigos.
Coordenado pela professora Maria Rita de A. Toledo, foi também articulado por ela por causa do seu doutorado sobre a Companhia Editora Nacional (sim, a editora criada pelo Monteiro Lobato), que teve o seu acervo doado para a universidade - e que você pode conferir se for lá visitar.
Além dela, há a vice-coordenadora Maria Luiza de F. Oliveira, e outros diversos membros do corpo docente de História. Essa equipe também é composta por alunos monitores que auxiliam na organização, limpeza e manutenção do espaço e das redes sociais.
Uma dessas monitoras, Fabiane Goulart, disponibilizou-se para falar um pouco mais do CMPH e, dentre toda a sua história e funcionamento, me contou um pouco sobre os seus incríveis acervos.
O CMPH tem diversos acervos e bibliotecas pessoais doadas, dos quais os principais são a Companhia Editora Nacional, que tem principalmente livros didáticos e foi muito importante para o mercado editorial brasileiro, além de uma das principais editoras do Brasil; a biblioteca Morelli, que conta com vários livros raros, mas ainda está em processo de organização pela equipe e a Hemeroteca, que é composta por jornais, dentre eles o Diário de São Paulo e o Le Monde Diplomatique - e mais uma infinidade de acervos.
Porém, um dos problemas que o CMPH enfrenta é a infraestrutura. O campus não foi pensado para ter uma Instituição de Custódia, então o espaço destinado para ele tem problemas estruturais como infiltrações. Além disso, a conjuntura governamental atual não tem interesse em preservar a memória, e a memória está justamente na documentação e nos arquivos. Como Fabiane disse em entrevista ao Jornamenta: “a memória é muito importante para a pesquisa histórica”.
No que concerne à memória, o professor do Departamento de História (que também constitui a equipe do CMPH) Fábio Franzini diz ser “uma das bases para o conhecimento histórico, tanto no plano individual quanto no coletivo. Quando a tratamos criticamente (e esta é uma das tarefas da historiografia), podemos estabelecer diálogos entre o presente e o passado, e assim compreender e dar sentido a processos que, em seu próprio tempo, nem sempre se revelam com clareza”.
Portanto, a importância do CMPH se dá principalmente por ser a instituição que dá poder aos estudantes de interpretar as várias histórias que temos e preservar a memória por meio da pesquisa. Saliento aqui que esse é um espaço dos estudantes e para os estudantes, então devemos utilizá-lo, aproveitá-lo e mantê-lo.
Por fim, parabenizo o trabalho da equipe (professores e estudantes) que estão fazendo um trabalho excepcional e disponibilizando uma experiência única ao nos proporcionar o contato com documentos tão únicos.
Caso queira conhecer esse espaço, é só ir na sala 331 (3º andar) durante seu horário de funcionamento (13h-19h) que você poderá fazer uma visita completa. Para agendar uma visita, mande um email para cmphistorica@gmail.com e não perca essa oportunidade - ademais, não esqueçam: nós estudantes temos o dever de ocupar e auxiliar a manter esses espaços da universidade que são NOSSOS. Difundir a história é, também, preservar a memória.
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